por Luiz Alberto Rodrigues

Em época de eleições, muito se discute sobre a real responsabilidade de nossos governantes. Será que o futuro do país e de nossa população depende exclusivamente deles?

É muito difícil para os gestores públicos administrarem a Máquina Pública. Por mais que lutem para atingir os objetivos mínimos declarados em suas campanhas, as condições para uma boa governabilidade são precárias.

Em um governo de quatro ou oito anos, uma boa gestão e operação depende, quase que exclusivamente, da vontade dos que tocam a Máquina Pública diariamente, ou seja, servidores públicos administrativos, financeiros, médicos, professores, atendentes, recepcionistas, etc.

Em suma, o Brasil é administrado e gerido muito mais pela vontade dos líderes nomeados e por aquilo que os governantes acreditam e executam, do que pelo planejamento e projetos de servidores técnicos e funcionários que estão com estabilidade de emprego.

É comum, nos mais diversos departamentos, os funcionários públicos se perguntarem: “Por que vou fazer isso, se daqui algum tempo meus chefes serão outros?”. Sei que esse modelo não será alterado, pois a estabilidade no funcionalismo público é cultural e defendido por lei. Se não fosse assim, também poderiam haver injustiças e os governantes tomariam para si uma decisão de demitir esse ou aquele funcionário por acreditar que ele não apoia o seu governo. Essa é uma conta que não fecha e não vai fechar.

Estabilidade de emprego por produtividade e demissão por livre arbítrio representam o conceito de meritocracia, pois quem não executar seu trabalho dará lugar para quem o fizer. Porém, infelizmente, meritocracia virou uma palavra da moda, até porque pelo modelo de operação da Máquina Pública, qualquer meritocracia aplicada será política.

E como mudar isso? Há somente uma maneira: o uso da tecnologia. E não basta falar em modernização se não houver por trás o conceito primário do cumprimento de etapas e processos pré-definidos. Somente a tecnologia pode vigiar e cuidar para que determinada tarefa da gestão pública seja feita no tempo necessário, pelo funcionário responsável e da forma correta.

Hoje, a tecnologia possui leitura facial, biometria, GPS, o que facilita que todas as tarefas sejam auditadas previamente, desde responder um processo interno, com a lista de despachos pré-definidos, até o registro e mensuração digital de tapa-buracos, poda de árvores, manutenção de calçadas, etc.

Com as tecnologias disponíveis é possível garantir quem fez, quando fez, como fez, para quem fez e onde fez determinada atividade, seja na Saúde, Educação, serviços terceirizados, mãos-de-obra terceirizadas, ou seja, em toda a Máquina Pública.

No modelo atual não é mais concebível gerenciar a Máquina Pública, pois a conta é cara, os custos são altos e os serviços são ineficientes. Mesmo as elevadas arrecadações não conseguem mais atender e pagar as demandas existentes em todo o país.

A ordem da Governança Pública no Brasil deve ser planejar, controlar e responsabilizar, e somente a tecnologia pode vigiar e controlar de forma automática as atividades e tarefas da administração pública. Caso isso não ocorra estaremos fadados a continuar com uma Máquina Pública cara e inoperante que jamais entregará os serviços exigidos e esperados pela população.